Linux: após 19 anos, uma diversão que conquistou o mundo

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Igor Isaias Banlian
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Linux: após 19 anos, uma diversão que conquistou o mundo

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Linux: após 19 anos, uma diversão que conquistou o mundo
Por Flavio Amaral - 02/09/10 - 10h21

Em poucas semanas, o Linux vai completar 19 anos de vida. Para quem nunca ouviu falar do Linux, ele é um sistema operacional concorrente do Microsoft Windows e do MacOS da Apple. Diferentemente deles, é gratuito e não foi criado por uma empresa, mas sim a partir de um trabalho de faculdade de um estudante finlandês de Ciências da Computação, em 1991. E a coisa mais inusitada é que desde o momento da sua criação, foi (e ainda é) encarado como diversão pelo seu criador: Linus Torvalds. “Criei o Linux para ter algo com que me divertir quando estivesse trabalhando com computadores” informou Linus durante sua palestra na Linuxcon, que aconteceu em São Paulo nos dias 31 de agosto e 1 de setembro.

O Linux cresceu à medida que ele divulgou em comunidades de Usenet e listas de e-mail. As pessoas viram o projeto, gostaram e começaram a sugerir melhorias. Elas foram implementadas e o projeto foi crescendo com a chegada de mais voluntários para ajudá-lo. A consequência disso é que deu início a uma tendência de aplicações gratuitas que viabilizaram o crescimento da Internet.

A evolução do Linux:

O sistema Linux evoluiu muito nesses 19 anos. Hoje são os fabricantes que nos procuram para perguntar que características queremos ver nas CPUs e placas, afirmam os desenvolvedores do núcleo do sistema (Kernel) durante a Linuxcon.

Sou usuário de Linux desde 1995 e, no começo, era bem complicado colocá-lo para funcionar. O fato de ser gratuito e ter que estudar sobre os componentes do micro para instalá-lo, agradava a comunidade técnica e espantava os usuários mais leigos. Hoje não é mais assim. Existem distribuições de Linux, como a Ubuntu, que são muito fáceis de instalar e operar. Tenho o Ubuntu em casa e ele reconhece minha máquina digital, tocador de mp3, pendrives, etc. Um usuário leigo pode muito bem instalá-lo sem dificuldades. Escuto algumas reclamações sobre reconhecimento de modems 3G e a compatibilidade de documentos entre os editores instalados no Linux (o OpenOffice, por exemplo) e o Microsoft Word. Para os modems, o fabricante tem que fazer um driver para que o Linux o reconheça; já para o caso dos documentos, não é culpa do sistema, mas sim da falta de um padrão aberto de edição de documentos. Já existem iniciativas para deixar o padrão aberto ODF como padrão ISO. Se você é um usuário sem necessidades de programas que só rodem em sistemas específicos, vale a pena dar uma olhada no Linux, já que não custa nada.

As particularidades do Linux criaram uma tendência de construção e distribuição de programas que permite ao usuário ter vários aplicativos na sua máquina sem custo. Isso inclui: editores de texto, editores de imagens e de sons e muito mais. Não é preciso recorrer a pirataria para ter programas.

Como o Linux cresceu com a colaboração de várias pessoas, podemos enxergar como uma das primeiras redes sociais de escala global, onde Linus (o criador) seria um usuário de um Twitter ou Facebook de antigamente com milhares de seguidores. O caráter viral ajudou a divulgar rapidamente o projeto e a comunicação dos membros, a tirar dúvidas e melhorar cada vez mais o produto.

A própria Internet deve muito ao Linux, pois sem ele sites como o Flickr, Google, Facebook não teriam existido. Imaginem o quão difícil seria para os estudantes que os criaram terem que pagar em licenças para por seus sites no ar quando os recursos financeiros eram escassos.

Segundo Jim Zemlin, diretor executivo da Linux Foundation, se o Linux tivesse que ser reescrito do zero novamente e alguém tivesse que pagar por isso, o custo seria de 10,8 bilhões de dólares.

O Linux hoje pode ser encontrado em muitos lugares além de servidores e desktops:
  • em caixas de supermercados e farmácias;
  • em carros da BMW;
  • na produção de efeitos especiais de filmes como “Avatar” e “Titanic”;
  • na computação em nuvem (cloud computing);
  • em roteadores wireless;
  • aparelhos celulares;
  • em aparelhos de TVs;
  • servidores web dos sites mais acessados (Yahoo!, Google, Facebook, etc.)

Por ser aberto e permitir que qualquer um o modifique de acordo com as suas necessidades, o Linux se tornou (em teoria) um produto ideal para o mercado, pois são os próprios consumidores que o personalizam, moldando-o do jeito que precisam.

Como ganhar dinheiro com o Linux:

Existem formas de ganhar dinheiro com o Linux: programando, dando treinamento e consultorias. Muitas empresas montam produtos com o Linux e os vendem. Isso é permitido. Para um estudante, não poderia haver algo melhor. Um estudante em início de faculdade pode aprender a programar e se candidatar a ser desenvolvedor voluntário do Linux. Isso trará muitos benefícios: aprendizado de técnicas de programação avançadas, participação em grandes projetos envolvendo muitas pessoas e (o mais importante) divulgação do trabalho para o mundo. Isso conta como boas referências em um currículo de um recém-formado com pouca experiência no mercado de trabalho.

Por haver muitas empresas também contribuindo com o código, elas observam o trabalho dos outros envolvidos e os acabam contratando. Dentro do Yahoo!, Google e Facebook existem vários desenvolvedores do Linux e de outros programas de código aberto trabalhando. Por serem vitrine e terem seu trabalho avaliado por todo mundo, acabam sendo bem pagos para ficarem onde estão.

O próprio Linus pensou que, por ser um bom programador, nunca iria lhe faltar trabalho e por isso decidiu não cobrar nada pelo sistema que criou.

No painel do evento foi dito que todas as portas estão abertas para qualquer um participar. Para os interessados, as dicas são: aprendam inglês para se comunicarem em projetos globais e a linguagem de programação C.

O futuro do Linux:

Linus falou que não pensa ainda em se aposentar de trabalhar no Linux. Ele se mostrou muito satisfeito em ver sua invenção difundida pelo mundo e em projetos sociais, como no “One Laptop per Child” (Um computador por criança, em português). Pelo impacto que teve na indústria de Informática, foi comparado a Bill Gates e Steve Jobs, mas sem a conta bancária dos dois.

Venho acompanhado o Linux desde 1995 e acredito que ele ganhou a corrida em alguns setores por melhor se adaptar às mudanças. Não só de necessidades, mas de novos equipamentos. Exceto nos celulares da Microsoft, Nokia e Apple, a grande maioria usa sistemas baseados em Linux. E ele é o sistema que irá equipar TVs, conversores de TV digital e demais equipamentos. Quanto aos desktops e laptops, a briga vai ser com o Windows, MacOS e o Linux. Pode ser que o mercado fique mais equilibrado entre os três ou que algum se sobressaia mais. Tudo depende das necessidades dos usuários e como as empresas irão responder a elas. Se o modelo gratuito de serviços, como estamos acostumados na Internet, migrar para o ramo dos sistemas operacionais e aplicativos, as empresas terão que se adaptar. No final, vale a velha lei da Evolução de Darwin: “não são os mais fortes ou os mais inteligentes que sobrevivem, mas os que melhor se adaptam às mudanças”.

Para saber mais:

- Livro escrito por Linus Torvalds sobre o projeto: Só Por Prazer – Bastidores da Sua Criação.

- Filme sobre oLinux: Revolution OS.

- Livros de programação: C in a Nutshell e Algorithms in C.

- Sites: Linux Brasil, BR-Linux, Ubuntu Dicas, Ubuntu-BR, Site oficial do Ubuntu.

Fonte: http://colunistas.yahoo.net/posts/4629.html


Abraço,
Igor Isaias Banlian
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